quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Inicío das Comemorações do Centenário


Presidente e primeiro-ministro enaltecem legado do republicanismo, na abertura oficial das comemoração, no Porto
Na cidade que "morre pela liberdade todos os séculos", o Presidente da República abriu, ontem, as comemorações do Centenário da República. Debaixo de chuva, com algumas centenas de populares a assistir, Cavaco Silva exerceu "a arte da memória" para recuperar os ideais dos primeiros republicanos e, a partir deles, fazer apelo a "um novo espírito de cidadania".
A cidade que "morre pela liberdade todos os séculos" é uma citação de Miguel Torga. O chefe do Estado trouxe-a para abertura do seu discurso, ao fim da manhã, na Av. dos Aliados. Só assim, com essa longa história de luta, o Porto "é capaz dos mais espontâneos entusiasmos cívicos", lembrava Torga.
Foi o que aconteceu em 31 de Janeiro de 1891. Do Porto há notícia da primeira revolta militar com o objectivo preciso de derrubar a monarquia. O movimento fracassa. Abre, contudo, caminho à implantação da República, que havia de concretizar-se 19 anos depois. Eis a razão para ser no Porto e nesta data histórica abertura do Centenário da República.
Como o momento se ajustava ao exercício da "arte da memória", Cavaco Silva lembrou a curta e "conturbada" duração da Primeira República. Mesmo assim, "os tribunos republicanos souberam difundir o sonho". Estas comemorações, que só terminam em 2011, segundo o Presidente, apresentam-se com uma oportunidade "ideal" para a sociedade portuguesa renovar os antigos valores republicanos - como "amor à pátria e a ética na vida política".A partir daí, o Portugal moderno dava os primeiros passos. A República "trouxe o Estado laico, modernizou a lei da família", entre outras medidas, apontou o primeiro-ministro. Como o havia feito, pouco antes, o Presidente da República, Sócrates também salientou que a Revolta de 31 de Janeiro "não aconteceu no Porto", a cidade que "continua um dos grandes símbolos da liberdade, que deve orgulhar todos os portugueses".

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